segunda-feira, 24 de março de 2008

Introspecção

No coração ninguém manda
Por mais rude seja a vida
Por mais branda seja a dor
Existe no sentimento
Algo de abstrato
Fazendo inexplicável qualquer divagação
Pela boca não se ouve
O que só os olhos podem falar
Aprazível ou amargo

Ilusão do amor
Que cega a mente

Inunda os sonhos
Clareia o futuro e (des)norteia
Se a dúvida existe
Pergunte à alma
A vida é engraçada, às vezes nos coloca em situações de grande risco! Risco de apostar e se dar mal, risco de confiar e se decepcionar, risco de mergulhar fundo em poça rasa, risco de perder sem ter ao menos ganho! Risco de se aprofundar em cova rasa, risco de tirar os pés do chão, tentar voar e descobrir que as asas são como as de Ícaro! Risco de nos mexermos da cadeira, com medo de perder o seu lugar cativo!
As pessoas pensam que a vida e seus acontecimentos são de uma única face! Ledo engano!!! Como as moedas, nossa vida tem dois lados: o nosso e o do outro. Não podemos analisar as coisas que nos acontecem apenas pelo nosso prisma. Tudo que acontece tem dois significados: um pra você, outro pra a pessoa que está envolvida junto com você na situação, seja lá qual for. Senão vejamos: quando se aponta o dedo para acusar alguém, existem quatro outros voltados pra nós. E quando julgamos que o outro é o “culpado”, esquecemos de perguntar “qual foi minha contribuição para que isso acontecesse?”. Mas é mais fácil e conveniente culpar o outro. É mais fácil e prático! Na vida, quando nos encontramos numa situação de grande impasse, temos a tendência à “lavar as mãos”, como fez Pilatos. É bom deixar a responsabilidade nos ombros dos outros, não? É uma situação bem confortável e não comprometedora! Não, eu não, a responsabilidade é sua, não minha! Mas, pensando bem, isso é justo com o outro??!! Fugir de sua responsabilidade não chega a ser covardia??? Por que será que as pessoas mudam aos nossos olhos quando acontece algo que foge do nosso controle e entendimento? Será que elas mudam mesmo, ou é você que não quer enxergar o que aconteceu mexeu com você de verdade? Será que o fato de você julgar e condenar ao outro como culpado, fugindo de sua parcela de culpa, não é um indício de falta de maturidade e medo de se envolver com as dificuldades da vida? Será que não é um grande problema interior seu de não encarar suas limitações? Quem sabe a situação não seja mais ou menos assim: você mergulha com vontade em um grande lago, profundo e desconhecido, mas que te fascina. Mas a certa altura bate um tremendo medo e insegurança. Então o que você faz? Volta imediatamente à tona, sem tentar chegar ao fundo do lago pra ver e descobrir o que tanto te fascinava na superfície. O medo, a insegurança, o apego ao conhecido, seus “pré-conceitos”, suas limitações, o apego a “sua” realidade, a “seu mundo”, o impedem de explorar até o fim esse misterioso, mas fascinante lago! Então você se revolta, inconscientemente, de ter ido tão longe, de ter apostado tanto, corrido altos risco e, covardemente, retornou e jamais vai saber o que havia de tão belo naquele lago profundo e fascinante. Ao mesmo tempo culpa ao outro por uma incapacidade que é só sua!
Se você sempre age assim em diversas situações de sua vida, amigo, você terá “sua vidinha” comum e bem conhecida preservada, mas vai ser apenas isso que terá. Você não se dá chance de aprender com os erros. Não vai amadurecer pra vida, vai ser o eterno “menininho (a) da mamãe”. E, como disse o poeta, vai passar pela vida e não viver. Pois é, a vida é feita de riscos, apostas e constantes impasses. Portanto, precisamos estar preparados para enfrentá-la, não fugir dela. Pois, do contrário, corremos o risco de nos enterramos numa cova bem rasa ou nos colocarmos em uma redoma intocável! Protegidos, mas infelizes!
Eu tenho que aprender a ser só”

Essa verdade bateu hoje bem forte em mim.
Como se, de repente, meus olhos se desvendassem
E eu visse algo do qual me negava a reconhecer
Eu preciso aprender a ser só....
Repito issp a mim mesma, na minha cabeça
Como se, repetindo, ia ficar registrado e eu não esqueceria!
É difícil digerir isso tudo....
Como é difícil , de repente, encarar o novo.
Eh, isso tudo é muito novo pra mim...
Ser só....Como é isso??!!
Nunca soube o que é ser só!
Mas tenho que digerir o que só hoje tomo consciência.
Estar só!
É uma sensação muito estranha
Uma dor estranha.
Tomar consciência de que se está só!
As lágrimas vêm
Quentes, escorrem pelo rosto
É um misto de sentimentos
Então tenho que me reinventar
Conhecer essa nova pessoa
Esses novo sentimentos
Aprender a ser só!
Estar a sós comigo,
Eu e eu, cara a cara!
Encarar meus medos,
Rever meus planos,
Ajustar meus sentimentos!
É preciso aprender a ser só!
Repito isso a mim mesma,
Como se assim, entendesse melhor.
O que é ser só!
Passa um filme na minha cabeça,
Um turbilhão de pensamentos!
Viajo no tempo e no espaço!
E quanto espaço!
E a frase volta e gira e gira na cabeça
Sou levada por sensações
Sinto-me, de repente, cansada...
Ah! Como entendo o que se passa
Com a largata dentro casulo
Antes de virar uma borboleta.
To sentindo um pouco assim
Presa num casulo!
Sei que preciso sair
Deixar a transformação se completar
Deixar a boboleta que há em mim
Brotar, voar, viver!